domingo, 28 de julho de 2019

O metereoscópio ou esfera armilar

O  meteoroscópio foi inventado por Johannes Muller de Conisberga, embora alguns investigadores refiram que Muller só o aperfeiçoou. Na China século I A.C na dinastia Han já se conhecia a esfera armilar, nessa época o astrónomo Zhang Heng considerado a primeira pessoa a usar engrenagens e mecanismos de articulação no eixo da esfera armilar  para reproduzir os movimentos da mecânica  celeste para fins didácticos. O meteoroscópio também é conhecido por esfera esfera armilar ou astrolábio esférico, este instrumento era aplicado na navegação astronómica e consistia na  representação de um modelo reduzido do cosmos. Os historiadores defendem que foi desenvolvido ao longo do tempo recorrendo - se a observações minuciosas do movimento aparente dos astros em torno da terra. O grande anel exterior mostra  a escala de declinação das estrelas fixas na esfera celeste.
O esférico no centro da esfera armilar é a terra. A esfera é constituída por um conjunto de armilas (dai o nome armilar) nome que significa anéis, braceletes e argolas. Estas armilas indicam os principais círculos máximos  os pólos, os trópicos, os meridianos e o equador. A estes ainda era acrescentado uma banda diagonal inclinada 23,5 % entre trópicos revelando a direcção do Sol durante os 365 dias do ano. Aparece muito representado no gótico manuelino (tem o nome do Rei D. Manuel I porque foi no seu tempo que se desenvolveu este tipo de Arte) por vezes sozinha ou  juntamente com o brasão de armas, cruz de Cristo, a coroa portuguesa, e as armas de Portugal.  Exemplos do gótico manuelino Torre de Belém em Lisboa e convento Cristo em Tomar. 
Nesta imagem da janela do convento de Cristo em Tomar podemos ver duas esferas armilares canto superior direito e esquerdo, coroa real, cruz de Cristo, e brasão de armas de Portugal. Existe também alguns motivos relacionados com o mar que são as cordas e elementos vegetais a lembrar algas e conchas. O estilo manuelino é também denominado gótico português tardio ou gótico flamejante é um estilo decorativo, escultórico e de Arte móvel que se desenvolveu como já dissemos no reinado de D. Manuel I, embora alguns historiadores refiram já existia desde o tempo de D. João II. Estes dois Reis foram personagens essenciais no desenvolvimento do Império marítimo português. A esfera armilar era usada como um almanaque náutico,  usava o Sol do meio dia como referencia das estrelas que surgem e se põem no horizonte no entardecer e no alvorecer conferindo - se a altura do Sol com a posição da estrela polar era possível saber - se a data aproximada. A finalidade da esfera armilar era de projectar os planos de inclinação nas coordenadas da esfera superior podia ser usada também para interpelar as horas directamente segundo a posição da ursa menor. A esfera armilar tinha então de ser usada de noite, fixa a um altar onde se pudesse observar o pólo celeste, a inclinação do eixo devia ser igual há latitude do local,i,é paralela ao prolongamento do eixo da terra em direcção ao pólo Celeste. No século  XIV nobres, navegadores  e cosmógrafos a partir da esfera armilar desenvolveram instrumentos mais reduzidos para a interpelação das horas que se fazia usando a Estela Kochab na constelação da ursa menor e  a posição do Sol.   

sexta-feira, 26 de julho de 2019

O tratado de Tordesilhas


O tratado de Tordesilhas


O tratado de Alcáçovas 1479 foi assinado pelos Reis Católicos Isabel e Fernando II de Aragão, e os Rei D. Afonso V, o africano, e o príncipe D. João II o príncipe perfeito, este tratado teve o condão de por um término na guerra de sucessão entre portugueses e espanhóis, esta parte do tratado é conhecido por terceiras de Moura, tendo Joana de Trastâmara,  pejorativamente conhecida por a Beltraneja, sobrinha e mulher do Rei Afonso V, abdicado de todos os seus títulos em Espanha. Joana era filha de Henrique IV de Castela e de Joana de Portugal, a corte espanhola afirmava que o Rei era homossexual e impotente,  logo diziam que Joana não podia ser filha do monarca e afirmavam a  pés juntos que era filha do nobre Beltran  de la cueva e dai a alcunha de “a Beltraneja”, este mesmo tratado reconhece também a posse (neste tempo ainda não se pode falar de soberania que é um conceito muito posterior)  de Portugal sobre a ilha dos Açores, Madeira, Cabo verde,  da Guiné, e da Costa da Mina e a Castela é lhe reconhecida a posse das ilhas Canárias.


Por outro lado, nenhum navio castelhano podia navegar abaixo do paralelo 27 e Portugal também tinha o exclusivo da conquista do reino de Fez (Marrocos). Este tratado muito vantajoso para os lusitanos vai ser posto em causa quando Cristóvão Cólon descobriu as Antilhas, em 1492, porque como os Reis espanhóis queriam ficar com as terras descobertas por Colon, quiseram mudar o tratado e Portugal anuiu.
O tratado foi então substituído por outro o tratado de Tordesilhas de 1494 legitimado pela bula Ea, quæ pro bono pacis do papa Júlio II de 1506 , porque quando Cristóvão Cólon descobriu as Antilhas o Rei D. João II percebeu que aquelas terras lhe pertenciam, pedindo a Cólon para entregar duas cartas escritas por si ao Reis de Castela, aonde perguntavam aos monarcas espanhóis o que faziam caravelas espanholas nas suas terras? E também referiria que ia mandar construir uma armada para não deixar passar nenhum navio espanhol em direcção as ilhas descobertas por Cólon, e perguntava El-Rei se já se tinham esquecido que Joana a Beltraneja estava num convento em Portugal? E se fosse preciso deixava - a partir para Espanha subentendendo - se que iria reivindicar o cetro espanhol. Os Reis e sobretudo a rainha devem ter ficado preocupados e então vão propor ao Rei João II um novo tratado, que ficara para a história com o nome de tratado de Tordesilhas.  Este dividia o mundo em dois numa primeira fase, uma linha que passava a 100 léguas de cabo verde para oriente pertencia a Portugal para ocidente pertencia a Espanha legitimada pelo papa Clemente V pela Bula Inter Coetera, D. João II não aceitou e fez uma contraproposta de 370 léguas, a oeste de Cabo verde o que foi aceite. Frei Bartolomeu de Las Casas que foi um dos biógrafos de Cristóvão Cólon refere que enquanto os espanhóis não estavam muito bem preparados para assinar um tratado de tamanha importância, refere que os portugueses estavam “preparadíssimos”, não podemos esquecer que os lusitanos começaram os descobrimentos em 1415 e sabiam muito bem que faziam, e por alguma razão faziam do segredo a alma do negócio. 
O que decorreu deste tratado foi o ressurgimento daquilo que os romanos chamavam mare clausum que significava que só Portugal podia navegar em certos mares, por exemplo, no Indico, se os navios de outras nações tivessem “cartazes” uma especei de salvos conduto que Portugal a troco de dinheiro disponibilizava a outras  nações, essas mesmas nações podiam assim velejar no Indico, por outro lado, também havia mare clausum no que diz respeito à Espanha aonde só podiam velejar barcos espanhóis, o tratado de Tordesilhas é logo posto em causa pelo Rei Francês Henrique IV que referiu logo na altura que “que não estava escrito em lado nenhum que Adão e Eva tenha dado a Portugal e Espanha o mar clausum.”. A consequência foi no imediato a França atacar amiúde a costa do Brasil.
Este tratado só iria ser posto verdadeiramente em causa pelos holandeses quando uma armada da companhia das Índias Holandesa recém-formada, capturou uma nau portuguesa a Santa Catarina, ao largo da Índia, os investidores da companhia não concordaram e ameaçaram retirar o apoio financeiro que davam à companhia holandesa.
A companhia foi então pedir ajuda a Hugo Grotius filosofo e escritor holandês, e pediram – lhe para escrever algo que se sobreposse - se ao tratado de Tordesilhas permitindo aos holandeses navegar no oriente, e assim Grotius escreveu mare libero que está na base do direito internacional. Como é referido no livro, 1494 o Tratado de Tordesilhas de Steven R. Bown.  Este tratado ainda ia durar mais alguns séculos, mas quando foi assinado o tratado de Madrid em 1750, em que Espanha reconhecia o tamanho do actual Brasil, Portugal ainda trocou a Guiné Equatorial que lhe pertencia pelo Uruguai, mas nunca conseguiu tomar posse dessas terras porque os espanhóis atravessavam o rio da prata atacando os portugueses, o tratado deixou de vigorar.








Feliz Natal e próspero ano novo

miguel rosa lopes documenta historica deseja a todos os leitores deste blog: